As ideias de Paulo Freire sobre os 5 pilares que
norteiam a comunicação entre professor e educando, a saber amor,
humildade, fé nos homens, esperança e pensar critico, são
bastante instigadoras. Suas ideias demonstram a necessidade de que nós,
enquanto educadores, saibamos fazer uma pausa nas nossas atividades diárias
para refletirmos como está nossa atuação docente. Como estamos mediando nossas
atividades nas aulas em EAD? Em nossa rotina de trabalho docente,
aproximamo-nos ou distanciamo-nos dos pilares freirianos? Para o desempenho da
docência de forma desveladora do real é preciso que o educador exerça sua
capacidade dialógica em sala, observando os referidos pressupostos. Amor.
Este é um elemento fundamental no processo de superação da educação opressora.
Somente quem tem amor pelos “esfarrapados do mundo”, nas palavras do próprio
Freire, pode conduzir homens e mulheres a se tronarem conscientes da exploração
em que vivem. Em nossas atividades em EAD precisamos conduzir a discussão dos
conteúdos de forma séria e comprometida, isto, em si, traduz-se em um ato de amor.
Outro elemento da dialogicidade de Freire diz respeito à humildade que
o professor precisar exercitar no espaço escolar, considerando que a
humanização é a vocação ontológica dos homens. Humanizar os homens através do
exemplo de humildade de que todos nós sabemos algo, de que os educandos sempre
têm um saber a partilhar e que é exatamente nessa partilha que educando e educador
crescem. Fé nos homens. Significa conclamar homens e mulheres a, juntos,
superarem a condição de opressão e a se libertarem em conjunto. Para que a
libertação dos oprimidos aconteça verdadeiramente seria necessária a
participação ativa da comunidade na organização dos conteúdos, acreditando que
toda e qualquer revolução passa pela fé que depositamos em nós mesmos e nos
outros. Esperança. Somente através da esperança na construção de um
novo mundo é que podemos ceder espaço para a libertação do novo homem que,
através da tomada de consciência, surgirá. Pensamento critico. Pensar
criticamente é conceber a humanidade enquanto construtora de sua realidade. O
educador é aquele que assume um caráter autenticamente reflexivo, desvelando a
realidade constantemente. Hoje, temos muitos desafios a serem superados em
sala, mas é nosso papel, enquanto educador, aspirar à revolução
adormecida em cada mulher e em cada homem. É preciso problematizar o próprio
significado do poder revolucionário de cada um, além de reinventar a própria
existência.